Contudo, numa leitura mais global e distanciada, cabe lembrar que os eventos descritos ocorreram no contexto social europeu do início do século XX, em uma sociedade marcada por uma rígida moral sexual, com lugares muito claros em relação às figuras masculinas e femininas. Por tal linha de raciocínio, podemos olhar o conflito ocorrido naquela família como um microcosmo que trouxe à tona, de maneira radical e dramática, muito do enredo cultural do período, e não algo peculiar ou idiossincrático. Reich classificou os traços de caráter em várias categorias, cada uma associada a diferentes padrões de armadura muscular e bloqueios de energia. Por exemplo, o caráter "masoquista" tende a envolver uma postura física curvada e uma predisposição a sentimentos de culpa e sofrimento; enquanto o caráter "narcisista" pode ser identificado por uma postura rígida e uma atitude defensiva excessiva. Reconhecer esses traços é crucial no processo terapêutico, pois orienta o terapeuta sobre como abordar a liberação desses bloqueios energéticos. Até aqui a abordagem da resistência ocorreu, basicamente, por meio de uma abordagem do pólo defensivo do conflito entre pulsão e defesa.

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De alguma maneira, essa criança aprende que precisa segurar o que tem dentro dela, porque quando sai, ela se sente humilhada. Mas por esse medo de ficar devendo algo para alguém, elas acabam tendo dificuldade e efetivamente não executando. Se você notar vai perceber que essa parte do corpo do oral é mais funda, como se realmente estivesse vazio ali. Pessoas com esse formato predominantes são muito sensíveis, comunicativas, acolhedoras, gostam de tocar e estar com pessoas. Pessoas com esse formato predominantes são muito criativas, imaginativas, vivem no mundo à parte.

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No que diz respeito à prática realizada e às conclusões chegadas, no artigo Armoring in a newborn infant (Encouraçamento em uma criança recém-nascida), destinado a apresentar, em detalhes, o nascimento e os primeiros meses de uma criança cuidada de acordo com as diretrizes do projeto, há reflexões valiosas. Em suma, na busca pela criança saudável, muitos problemas foram encontrados, desde o contato do bebê com a mãe na amamentação, até ações, consideradas inadequadas, efetuadas pelo pai. Ao final do artigo, Reich, como resultado da prática observada, diminui suas expectativas e pondera que, na esfera da saúde, não se pode pensar em termos absolutos (Reich, 1984a). Tal caminho de investigação vai desembocar numa série de atividades ligadas ao uso, sobretudo terapêutico, dessa energia cósmica primordial. Nos Estados Unidos constrói os chamados Acumuladores de Orgone e entabula trabalhos voltados, dentre outros fins, para o auxílio na terapêutica de pacientes acometidos de câncer, usualmente pessoas em estado muito avançado dessa doença (Reich, 2009).

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A Psicologia Corporal é a ciência que estuda o ser humano em seu aspecto somatopsicodinâmico, onde o corpo, a mente e a energia são tratados em seu conjunto e em sua relação funcional. Assim sendo, considera que a mente interfere no movimento energético do corpo e o corpo no movimento energético da mente. Portanto, mente, corpo e energia são indivisíveis e devem ser trabalhados conjuntamente. Desse modo, na prática, a Psicologia Corporal reconhece nas atitudes e no corpo do paciente (caráter) as impressões registradas durante as etapas do desenvolvimento emocional (couraça) e busca flexibilizar suas couraças a fim de liberar a energia aprisionada. Energia fluindo livremente significa mais saúde tanto no aspecto físico quanto emocional. O emprego da leitura corporal, ou seja, a valorização dos elementos de comunicação não-verbal que se manifestam na relação analítica, pode ser considerado um outro elemento decisivo. Supõe-se, aqui, que os derivados do material recalcado aparecem não só no discurso, mas também na ação.

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Aqui é importante deixar claro que essa nomenclatura não está relacionada à nenhuma doença. O masoquista não é aquele que gosta de sentir dor no nível patológico, esse é só nome que o Reich deu para cada traço. Por exemplo, pessoas mais reservadas que gostavam mais de ficar na delas, ou eram muito magras e com a cabeça grande, ou eram quadradas e fortes com bumbum para dentro. Indivíduos que experimentam desafios emocionais crônicos, têm dificuldades relacionais ou desejam um maior entendimento de si mesmos podem se beneficiar enormemente da Análise Corporal de Reich. A atualização dos trabalhos de Reich por seus seguidores fez com que nos últimos anos a Orgonomia fosse denominada de Análise Reichiana. Dessa maneira, enfatiza ainda mais o quanto a parte analítica também é fundamental dentro desse trabalho. Qualquer outra parte do corpo pode adquirir a mesma suscetibilidade ao estímulo possuída pelos órgãos genitais e pode tornar-se uma zona erógena (...) fui levado a atribuir a qualidade de erogeneidade a todas as partes do corpo e a todos os órgãos internos.

Após termos visitado o engajamento reichiano com os Seminários de Técnica e com a Policlínica de Viena, voltaremos nossa atenção para um fio condutor dos trabalhos desse autor. Estamos nos referindo à perspectiva energética (Bedani, 2007) e à construção da teoria do orgasmo. Nas palavras de Reich (1989), o leitor pode encontrar uma detalhada apresentação dessa formulação no capítulo quatro do livro The function of the orgasm(A função do orgasmo). De nossa parte, no espaço deste ensaio, objetivamos mostrar que tal elaboração reichiana contempla a presença de algumas sementes lançadas por Freud. Em suma, no que diz respeito à produção reichiana, essa atividade resultou na progressiva elaboração da Análise do Caráter, a primeira das três técnicas terapêuticas propostas por Reich e aquela que mais próxima se situa do referencial psicanalítico.

Dentre eles, os que mais se destacaram foram Alexander Lowen e John Pierrakos, que juntos criaram a chamada Análise Bioenergética.Se você quiser saber mais sobre o traço de caráter oral, é só clicar neste link que você terá acesso a um artigo completo.Segundo o Eneagrama, o ser humano possui três centros de energia, com 3 eneatipos em cada, que são a base das características da personalidade e das paixões a elas vinculadas.É característico dessas pessoas um sistema hiporgonótico e flacidez muscular, uma vez que toda a energia está retida na cabeça.A paixão presente no tipo VI do Eneagrama pode ser definida como timidez e covardia; uma hesitação ou inibição ansiosa em agir na presença do medo.Também são discutidas, brevemente, algumas possibilidades de ampliação desse modelo a partir de propostas oriundas de outras abordagens.

Essencialmente, Reich explorou como nossos corpos reagem a experiências de vida, solidificando essas reações em traços de caráter que se manifestam tanto psicológica quanto fisicamente. Este post explora o que é a Análise Corporal de Reich, enfatizando os traços de caráter, como funciona e os benefícios que oferece. Em primeiro lugar, parece ser possível descrever a clínica da psicoterapia corporal, tendo como base a teoria freudiana das pulsões. Isto confirmaria a hipótese de que o paradigma pulsional foi o eixo teórico, a partir do qual Reich derivou suas abordagens técnicas inovadoras. A mente inconsciente é constituída por uma rede de significantes vazios que ressurgem na linguagem — particularmente sonhos e atos freudianos — e a prática clínica lacaniana concentra-se estreitamente nas palavras precisas usadas pelo analisando (paciente), o que Lacan caracterizou como um retorno a Freud. Os lacanianos afirmam que o desejo não pode ser satisfeito, pois o objeto e a causa do desejo é um objeto inalcançável, o objet petit a, que o sujeito associa continuamente a diferentes coisas que eles acreditam erroneamente que irão satisfazer seu desejo.

Os Cinco Traços de Caráter O Corpo Explica a Mente

Esse conhecimento tem como base os estudos de um médico psicanalista e cientista austríaco chamado Wilhelm Reich, que foi discípulo de Sigmund Freud. Estou falando de algo mais profundo, que está gravado nos músculos, no formato do rosto e até naquela gordurinha que muita gente passa a vida toda tentando eliminar. O corpo é a parte visível da mente que a pessoa tem, ele revela a verdade por trás de qualquer problema que uma pessoa enfrentou durante parte de sua infância. Quanto ao diálogo com o paradigma lacaniano, este é um campo em aberto, e poucas explorações desse território existem. Entre elas, Como perceber os sinais que o corpo fala? pode-se citar aquela feita por Cukiert (2000), que parece apontar, a meu ver, mais para uma complementaridade do que para um antagonismo entre as visões de Reich e Lacan.

Através da sua Psicanálise de Reich, ele explorou o papel do corpo na formação da personalidade e na expressão emocional. Ele foi influente na psicologia corporal e sua abordagem mente-corpo continua sendo estudada e praticada até hoje. Wilhelm Reich desenvolveu a psicologia corporal e a terapia reichiana, acreditando na relação íntima entre o corpo e a mente. Ele desenvolveu a teoria somática, que afirmava que traumas e bloqueios emocionais se manifestam no corpo. Através da Psicanálise de Reich, ele explorou o papel do corpo na formação da personalidade e na expressão emocional. Em conclusão, Wilhelm Reich foi um visionário na compreensão da relação entre o corpo e a mente. Sua teoria somática revolucionou a psicologia corporal, demonstrando a importância de reconhecer e liberar emoções e traumas armazenados no corpo.